Caía controladamente. Escorria pelo vidro daquela janela
vazia. A casa morta, sem nada no interior. Milu, a gota tinha nome, procurava
chegar a algum sítio: não apenas estar, ser em algum lugar. Arranjou o trajecto
e caiu na poça confortavelmente. Porque seria? Abaixo de si, um bilhete aberto.
Seria o dono da casa? Sim, certamente. Alfredo era quem assinava. O texto
transformou-a: de gota de água em lágrima saudosa. Assim se lia: “fui e nunca
mais volto”.
Patrícia
Carreiro, 29 anos, Ponta Delgada
Desafio nº 91 – cena metafórica de
gota de chuva que acaba numa poça
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