Helena percorria todos os dias os mesmos lugares.
Naquele dia, o espanto deixara-a completamente perplexa. Como
era possível? Onde estava o seu menino? O frio da sua ausência
percorria-lhe a alma. Quando a noite se avizinhava, a dor tornava-se mais
insuportável. Numa repetição quase patológica revisitava cada
lugar onde imaginava que pudesse estar. A revolta cavalgava-lhe
no peito, perturbando-lhe a lucidez.
– Helena, vem para casa. Amanhã, vamos à campa do
nosso menino. Comprei margaridas para ele. Gostas?
Amélia
Meireles, 62 anos, Ponta Delgada
Desafio nº 92 – associar: frio,
espanto, revolta e
repetição
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