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Adiando o presente
O silêncio dos seus dedos tentam riscar e desdobrar o tempo no embaciado da vidraça e pequenos pontos transparentes inscrevem caracteres do velho alfabeto da amizade. Latejam momentos e memórias no nó dos dedos de cujo ritmo, ora tímido, ora impulsivo, cintilam promessas de reconciliação.
De dentro, o refúgio no
ressentimento ensurdece e, da persistência daquele bater, emergem flashes de
cumplicidade futura. Corre para a janela. O amigo já foi. Resta a solidão e o
presente adiado.
Graça Santos, 55
anos, Paço de Arcos
Desafio RS nº 25 – dedos que batem
no vidro (cena)
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