Olhou-o de soslaio. Percebeu-lhe um
sorriso de agrafador encravado e o sono nas pálpebras. Ouviu-se-lhe uma
tosse seca.
– Pssst! Ó trombudo, bom dia!
– Quem ousa perturbar-me o doce
despertar?
«Que a paz te suba pela tromba!»,
sorriu-lhe. «Vou fazer-te rir».
– Ah! E como é que um atrevidote
como tu vai conseguir tal façanha?
O lírio, balançando-se numa brisa corrente,
roçou na pata erguida – que o poderia esmagar – a sua colorida flor fazendo-lhe cócegas.
O elefante gargalhou, gargalhou…
Génio
G., 58 anos, Tondela
Sem comentários:
Enviar um comentário