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Alberto fugia depressa,
atarantado. Um alarme a desatiná-lo. Um pressentimento a consumi-lo. Fugiu
durante três dias. Avançou na sua vida? Não, apenas no deserto. Chegou, então,
ao oásis. Percebeu: fugia de si. Um futuro estranho esperava-o. Recomeçou então
a marcha. Perdido nas dunas, recomeçando. Quando chegou, nada sentiu. Quando
ela chegou, recebeu-a. Não falava, ele respeitou-a. Aprenderam-se assim, em
silêncio. Não se arrependeram, viveram. Quando morreu, velho, sorriu. Nada como
o deserto. Apenas uma passagem. Ia feliz.
Margarida
Fonseca Santos, 53 anos, Lisboa
Desafio RS nº
12 – texto em prosa com frases de 4
palavras
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