12/07/15

Uma tristeza dentro de si

Anoiteceu de repente. O sol durante o dia não abriu e o céu plúmbeo dava lugar a chuva intensa. Lá dentro por detrás das cortinas o som do cravo, ritmado e simples, vindo do fundo da casa. Mais próximo da janela o matraquear da máquina de escrever do avô. De repente, um ruído seco, de dedos no vidro. Espreitou para fora, e nada. Apenas o vento e a chuva intensificava a tristeza que tinha dentro de si.

Alda Gonçalves, 47 anos, Porto

Desafio RS nº 25 – dedos que batem no vidro (cena)

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