Sempre quisera tirar a tampa desse misterioso pote
poisado na janela poeirenta da velha casa. A curiosidade foi mais forte. Certa
noite destapei-o.
Dele saiu uma fantasmagórica figura esbracejando no
escuro frio. Numa repetição que me assustou, o
fantasma, com revolta, gritou-me “Como ousaste libertar-me quando
cumpro a pena merecida do meu crime!” Com espanto, vi o espectro
recolher, subitamente, ao pote. Tapei-o sem hesitar. O destino cumpria-se. No
silêncio, a velha casa podia voltar a adormecer.
Isabel
Sousa, 63 anos, Lisboa
Desafio nº 92 –
associar: frio, espanto, revolta e repetição
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