07/08/15

Bailado

Bailava como ninguém fazia. Balanceava as elegantes pernas, belíssimas, nas rendadas meias. Borboleta de palcos iluminados baseava a vida na beleza etérea da evasão: brindava aos ritmos divinos buscando a máxima perfeição.
Bebedeira intensa a magia breve do aplauso, o bater das palmas desejado. Bilheteiras enchiam-se, mas nos bastidores a vida era bastarda. Uma solidão cansada batia forte e esmagava. Besta sedenta a solidão! Bênção salvadora seria amar, beber no outro o bálsamo regenerador para tudo mudar.

Isabel Sousa, 63 anos, Lisboa

Desafio RS nº21 – de 3 em 3 plvrs 1 começada em B

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