Era um olho de íris azulada com
um pequeno sulco descendo pelo rosto.
Nesse dia, ouviu-se o coração
bater tão forte como o rufar de um tambor.
Gotas brotaram do olho, desamparadas,
formando uma torrente salgada que desceu a face inundando a boca.
Depois uma mão acariciou o rosto
e lentamente as gotas deixaram de correr.
O olho abriu-se e reflectiu um
rosto dentro dele.
Então, uma luz tão doce tudo
iluminou e ficou esperando o amanhecer.
Isabel Sousa, 63 anos, Lisboa
Desafio nº 91 – cena metafórica de
gota de chuva que acaba numa poça
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