Belo, era belo aquele mar…
Adorava ninar ouvindo o marulhar. Olhá-lo era banhar a alma lavando-lhe a mágoa
que a devorava. O mar que amava aboliu o bem maior que havia ganho da vida: o
amado filho, Amadeu. Viver o vazio deixado era difícil. O mar guardava agora o
derradeiro gemido de Amadeu. Mergulhar nele era agarrar o resquício deixado. O
resquício do filho amado. Belo aquele mar e enorme a dor lembrada… a dor do
vazio.
Amélia Meireles,
62 anos, Ponta Delgada
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