Escrever era impossível. O
fumo dos cigarros começava a misturar-se com a atmosfera da fatiga e apatia.
Estava exausto de olhar as máquinas, prontas para os dedos dos
criadores. Das bibliotecas sabe-se
que são as guardiãs do barulho estalado
do trabalho, e do tic-tac incessante
que persegue o ofício da voz criativa, escondido debaixo dos
livros que caíram das mãos desajeitadas. Ele não consegue escrever. A
cabeça ergue antes de sair e acabar
de render-se por hoje.
Andrea Crespo Madrid, 20 anos,
Salamanca, Espanha, prof Paula Pessanha Isidoro
“Ergue a
voz o tic-tac estalado das máquinas de escrever” Dactilografia, Fernando Pessoa
Desafio nº 36 – uma frase de um conto de autor,
usando as palavras por ordem inversa
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