19/10/15

Por hoje

Escrever era impossível. O fumo dos cigarros começava a misturar-se com a atmosfera da fatiga e apatia. Estava exausto de olhar as máquinas, prontas para os dedos dos criadores. Das bibliotecas sabe-se que são as guardiãs do barulho estalado do trabalho, e do tic-tac incessante que persegue o ofício da voz criativa, escondido debaixo dos livros que caíram das mãos desajeitadas. Ele não consegue escrever.  A cabeça ergue antes de sair e acabar de render-se por hoje.

Andrea Crespo Madrid, 20 anos, Salamanca, Espanha, prof Paula Pessanha Isidoro
“Ergue a voz o tic-tac estalado das máquinas de escrever” Dactilografia, Fernando Pessoa

Desafio nº 36 – uma frase de um conto de autor, usando as palavras por ordem inversa

Sem comentários:

Enviar um comentário