Toc, toc! Os prédios como
presépio crescendo do Douro, cinzentos no relevo do céu. Toc, toc!
Não se ouvem aves e o ruído da
cidade dorme. Não é manhã de santos. Toc, toc, Não estou.
Não quero estar, estou no
inverno, estou para não voltar. Que chatice, batem nos vidros, quebram a chuva
que vai chegar. O sol já se foi, não insistam, o dia fica bem, lilases
murmúrios, prontos a chorar. Toc, toc! Ninguém, deste dia.
Constantino Mendes Alves, Leiria
Desafio RS nº 25 – dedos que batem
no vidro (cena)
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