Matutava eu naquele dia, grosso problema entre mãos.
Como fazer-me entender, sem talento nem convento?
Não sabia desenhar, e muito mal conseguia cantar.
Desastrada no dançar, procurei palavrear. A voz, rouca, atraiçoou a vontade de
dizer. O gesto desastrado derramou tintas e trinchas, avariou câmaras e
telemóveis. Mas, no peito, o coração resistente persistia em apertar o
pensamento, procurando uma saída para a ideia, o sentimento.
Nessa noite, nem dormi… e foi por isso que me
escrevi.
Maria
José Vitorino, 60 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 100 – «e
foi por isso que me escrevi»
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