Há notícias que desejamos nunca ouvir.
Naquele fim de tarde, atravessei a cidade em direção ao consulado. Ali estava
eu. O tempo parecia carregado pela dúvida. João estava desaparecido há alguns
dias. A voz metálica confirmou as minhas suspeitas. Sim, o corpo era dele. Saí
trôpega, cambaleante. Sentindo o fresco do vento, deambulei pelas ruas. Pensei: só regresso a casa depois de ter
esgotado a tristeza. Tinha de arranjar forma de dar a notícia ao meu filho.
Amélia
Meireles, 62 anos, Ponta Delgada
Desafio nº 15 – com frase retirada de um livro
“Só regresso a casa depois de ter
esgotado a tristeza”. Margarida
Fonseca Santos, «De nome, Esperança»
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