10/12/15

Ernesto, o avaro

Ernesto, o avaro, como lhe chamavam, jazia quase solitário na capela. De poucas palavras, nunca fizera amigos na aldeia. Apenas Maria se afeiçoara aos seus desencantos e conhecia o que tantos outros nunca adivinharam. Herdeiro de uma fortuna, Ernesto vivia recatadamente, afrontando a ignorante população. Lentamente, a capela foi ficando pequena para tantos jovens. Cada um, em silêncio, orava perante os restos mortais. Nesse dia, todos conheceram uma parte dos jovens que Ernesto ajudava há tantos anos.  

Amélia Meireles, 62 anos, Ponta Delgada

Desafio nº 17  Duas palavras simétricas (e que existam!): avaro orava

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