Ernesto,
o avaro, como lhe
chamavam, jazia quase solitário na capela. De poucas palavras, nunca fizera
amigos na aldeia. Apenas Maria se afeiçoara aos seus desencantos e conhecia o
que tantos outros nunca adivinharam. Herdeiro de uma fortuna, Ernesto vivia
recatadamente, afrontando a ignorante população. Lentamente, a capela foi
ficando pequena para tantos jovens. Cada um, em silêncio, orava perante os restos mortais. Nesse dia,
todos conheceram uma parte dos jovens que Ernesto ajudava há tantos
anos.
Amélia Meireles, 62 anos, Ponta Delgada
Desafio nº 17 – Duas
palavras simétricas (e que existam!): avaro
orava
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