Despego-me de alguns,
daqueles que me perderam;
as amarras,
os laços esgotam-se,
desfiam-se;
no abraço da terra e do oceano,
no abismo das areias,
das rochas,
pressinto uma vaga,
uma memória líquida,
Entretanto o mar,
o passado,
firmo as memórias
que em mim cabem,
na tolice ingénua
de crer em regressos,
em viver tempos já esquecidos.
Hoje, na pirueta das ondas,
no regresso das vagas
ao mar chão,
apenas sobra
o desgaste,
a doce mácula
do letargo.
Jaime A., 51 anos, Lisboa
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