01/12/15

Que disse eu?

Havia quem a visse frágil como um lírio, mas só eu sabia que tinha a elegância de um elefante em loja de porcelanas. Com aquele pigarrear e uma tosse seca, qual bruxa, incomodava tudo e todos. Eu só sonhava com um agrafador para fechar a boca, não à tosse, mas às maldades e aos insultos gratuitos.
E se alguém a chamava à atenção, ainda perguntava com aquele ar inocente: mas que história é esta? Que disse eu?

Ana Paula Paiva, 50 anos, Porto

Desafio nº 89 – hist c tosse+lírio+elefante+agrafador

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