A poeira já calafetava as janelas, os livros, rebanho tresmalhado, baliam a
desdita de escrita entornada pelo chão, as roupas adejavam sem tino nos
cabides, a louçaria numa fúria napolitana, habitava o espaço, redesenhando
pateticamente a sua orografia.
No rolar dos dias, o caos doméstico foi tomando posse.
Lília, pragmática e sonhadora, estribou-se na fértil criatividade e, num
breve faiscar de fogo-fátuo, ordenou a um imaginário robot multiplataforma, a
execução das tarefas. Pensar é poder, é conseguir!
Elisabeth Oliveira Janeiro, 71 anos, Lisboa
Desafio Escritiva nº 6 – poderes mágicos no corpo
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