Não percas a fé, filha.
Mãe,
terminei o curso há dois anos, dois anos a procurar emprego,
É
desesperante, currículo a mais para lojas, experiência a menos para
atelier.
Vou para
fora.
Aparece
qualquer coisa. Não almoças?
Não
almoçou, não jantou. O roupeiro ficou vazio.
Todas as
noites a mãe põe dois pratos na mesa. Janta sozinha.
O
telefone toca, uma voz animada diz-lhe:
– Mãe,
estou em Londres, arranjei um emprego.
Não, não,
mãe, não vou jantar.
Maria Helena Mendonça, 59 anos, Santa Iria de Azóia
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