Deixara a chave por dentro da porta.
A minha namorada zangou-se. Chamámos um serralheiro.
Vieram duas pessoas, um velho de
óculos escuros e uma jovem. Aproximaram-se da porta. O homem tropeçou.
– Avisa, sobrinha!
A mulher guiou a mão dele até a
fechadura.
– Não olhem para cá! – disse o cego.
Vi um cartão. Abriram.
Paguei.
A minha namorada e eu rompemos. Culpa,
ridículo. Impotência.
Agora sou um homem novo. Pletórico. A
sobrinha abre-me cada dia todas as portas.
Ignacio Aparicio Pérez-Lucas, Salamanca
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