Quando for grande
quero ser repositor
numa biblioteca infinita,
e assim privado dos outros,
a espiar e a ler,
arrumarei livros lidos
esquecidos
e o meu alimento serão
as palavras mais nutritivas
de Eça ou Garrett ou Namora,
Hemingway, Tolstoi ou Sophia,
Borges e o caos (...)
palavras alimentícias, decerto.
Estarei pois sentado num chão de páginas
as pernas cruzadas,
a curiosidade infinita,
como infinita é a biblioteca,
em que, lembrem-se,
sou o repositor,
esquecido pelo bibliotecário.
Jaime
A., 52 anos, Lisboa
Mais textos em www.soprodivino.blogspot.com
Sem comentários:
Enviar um comentário