CPR de Brozas, formação com Luís Leal (e Joana Marmelo), aproveitando o «erro» de uma criança italiana ao criar a palavra petalosa, leia aqui.
Ele tinha uma flor petalosa nas
mãos, mas com apenas um espinho. Ela olhava para onde a terra e o céu oferecem
refúgio aos sonhos. Dir-se-ia que esta é uma vulgar história do amor: uma
rapariga e um moço estarem a desfolhar os dias do seu tempo.
Soprou o vento com força, a flor voou e no peito dela cravou-se. Ela
sangrou.
Na ferida nasceu uma flor com uma só pétala e o caule cheio de espinhos.
Rufino López Retortillo
Era o tempo das rosas
era a história do tempo
era um momento breve
em que os dias contavam as horas
e as horas contavam o tempo
Qualquer coisa bastava dizer
para aquelas rosas sem espinhos
nascerem e aprenderem que
aquelas vidas tão simples
não poderiam nunca viver tranquilas
numa terra sem segundos
numa terra sem refúgio
Aquele não era um momento petaloso
procurado por almas tranquilas
por almas sem pressa
sem pressa para desfolhar o tempo.
Ana Isabel Folleco Caballero
Passei horas a fio naquela história. O tempo parecia ter-se detido, os dias
eram intermináveis, era como desfolhar uma flor infinitamente petalosa. Enterrei os mais tristes
sentimentos no fundo do meu coração, como se de um refúgio secreto se tratasse.
Só comigo ficariam e junto a mim levá-los-ia para debaixo da terra.
A dor é como o espinho na rosa, daninho mas interminável, cresce e é igual
às belas pétalas, mas o seu papel é outro: "Magoar".
Cristina Lourenço
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