Timbrei o meu escrito:
os verbos,
os sujeitos
(tantos esses),
os complementos
(que, na sua limpidez,
na precisão do seu eixo
nada apontavam).
As palavras, tantas vezes,
nem mostram a humildade
de um poente
caindo sobre si,
cisne morrendo-se.
Entretanto,
tenho de escrever,
escrever muito,
escrever de cor,
escrever até
a dor derrotar os sentidos.
Que ofício este!
Ser e não ter,
ter e não ser...
(...)
e as palavras sem dono,
sem mestre,
vogando,
vogando sempre.
Jaime A., 52 anos, Lisboa
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