Caixas com Amor
João Henrique
separava, pacientemente, as caixas dos sapatos e dos perfumes. Quando foi
afrontado na sua dignidade, estes acessórios deram-lhe alento. Aquele lugar
sombrio marcara-lhe a alma. A rejeição estava ali retratada. Ouvia, refletia,
importava-se. Arrumava as caixas lavadas com lágrimas - lembravam-lhe a
maldade.
João
Henrique considerava-as uma preciosidade - tinham-lhe perfumado a amargura.
Retratavam a riqueza da sua alma, a força do seu caráter. Cada caixa tinha a
sua história. Segredavam-lhe a tolerância, revelavam a sua bondade.
Laura Garcez, 44 anos, Lisboa
Desafio RS nº 44 – reflexão em 44, contrário em 33
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