Entrevista imaginária a Clarice, figura mítica
da literatura brasileira. Uma aspirante à escrita pede-lhe, acabrunhada:
― Clarice, me permite tratá-la assim? Me fala
da palavra, ‘tá?
― Querida, a palavra ė tal qual a vida: frágil,
intensa, verdadeira, arma de guerra, sagrada, digna. E veja, sempre bela - até
palavra feia é bela ― me entende? Trabalhe a palavra; para a servir; para a
reinventar. Renda-se a ela. Eu me rendi...
― 'brigada Clarice. Que beleza suas palavras!
― Menina, eu bem avisei...
Elsa Alves, 69 anos,
Vila Franca de Xira
Desafio nº 76
– escrever sem a letra O
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