Era só um mosquito no leite, mas vejam… Não era
a primeira vez. Aproximou a chávena. O chefe tinha-lhe dito que não ousasse,
que não podia, que era muito irregular. Sentou-se, roeu a esferográfica, traçou
a perna, recostou-se, não viera ao mundo para aquilo, que fosse dar uma volta.
Odiava chefes. Fazia as coisas à sua maneira, nada de protocolos, a missão era
para cumprir, rodou a colherzinha, levantou-a, esperneava impotente, um
insectozinho era o que era.
Constantino Mendes Alves, 59 anos, Leiria
Desafio nº 122 ― um mosquito no leite
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