O casal de melros veio namorar para o meu quintal.
Enquanto ela, com o seu vestido pardo, saltita pelo chão,
impaciente e desconfiada, ele empoleira-se num ramo da laranjeira, exibindo o
seu negro e lustroso fraque.
Ela crocita, na sua voz fraca:
― Despachemo-nos. O ninho arrefece e a chuva não tarda.
E ele responde, assobiando uma bela melodia:
― Assim sejas tu, minha amada, fértil como a chuva. Que no teu
ventre germine a breve semente da eternidade.
Carlos
Alberto Silva, 59 anos, Leiria
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Uma homonagem à Senhora Margarida que aprovo com muito gosto por 100 % .
ResponderEliminarUm fã de História em 77 palavras
Então, receba de volta um abraço 100% amigo!!!
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