30/03/18

Diário 77 – 7 – Uma história de carris

Corriam sempre a par, sempre, nunca se poderiam encontrar. Era um destino, diziam uns, um castigo, achavam outros, embora não se soubesse de alguma maldade a merecer punição.
E corriam, corriam, sem que um centímetro lhes possibilitasse a esperança da aproximação. Decorreram anos e anos. Eram dois carris de comboio, separados por traves vigorosas. Eram dois carris profundamente apaixonados.
Quis então o tempo que se emendasse tal sofrimento. Um descarrilamento torceu-os, entrelaçaram-se e nunca mais se soltaram!
Margarida Fonseca Santos


2 comentários:

  1. É tão comovente lindo ,dois carris grosseiro encontram-se numa história de amor imortal .
    abraço

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    1. Obrigada! Desde pequena que isto de só se encontrarem no infinito me faz pensar. Um grande abraço

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