Podia
pensar que eram boatos, ou podia pensar que diziam verdades. Freitas nunca
ouvira o que se dizia. Limitava-se a adivinhar. Os dias passavam, cheios de
palavras escondidas. Reconhecia rostos inquisidores a cada instante. Preocupou-se.
Preocupou-se até àquele dia:
– Ó
Freitas, é mesmo verdade que você faz voluntariado nos tempos livres?
Respondeu
que sim, desconcertado.
À
volta, rostos que o observavam, impressionados. E uma palmada nas costas
atirou-lhe as dúvidas ao chão. Na verdade, nunca mais voltaram.
Margarida Fonseca Santos
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