Era uma boneca de trapos.
Nascera de três blusas, duas camisas e umas calças gastas, dois botões grandes,
a fazerem de olhos, um médio, para o nariz, e, desenhada a vermelho, uma boca
sorridente. Era uma boneca de trapos feliz? Não. Abandonada a um canto do
sótão, sem mãos que com ela brincassem, esfarrapava-se sozinha.
Um dia, foi atirada ao lixo.
Daí, caiu. Duas mãos pequenas abraçaram-na. O sorriso voltou a ser verdadeiro,
encontrara um novo dono.
Margarida
Fonseca Santos
OUVIR
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