Talvez nunca pensaste que pudéssemos chegar aqui. Tu a princípio
duvidaste, nem me ouviste. Talvez foi por não saber tocar instrumentos. Tu
desconfiaste que aquela música fosse genuína. Talvez a minha timidez fosse a
barreira. Tu não sorriste e fiquei sem palavras. Talvez tenha demorado até te
conseguir desarmar. Tu tinhas um muro impossível de escalar. Talvez por
inaptidão, usei uma escada improvisada. Tu achaste graça e os portões
abriram-se. Talvez por ali tropeçar, abraçaste-me para sempre.
Fernando
Guerreiro, 41 anos, São Brás de Alportel
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