Às vezes deixo os outros entrarem no meu mundo,
devagarinho, e aquela dor da tua ausência abranda; outras vezes recuso-o, como
se esse gesto pudesse suspender o sonho. Prefiro dizer sonho a ilusão: esta
significaria aceitação, constatação última de que partiste. O sonho, esse,
ainda me agarra à esperança ― a um
futuro que talvez possa espreitar-me. E eu preciso dessa esperança, como uma
mão que impede a dor, para que ela não pese tanto que me esmague.
Elsa Alves, 69 anos, V. F. Xira
Desafio nº 16 –
uma palavra que define todo o texto
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