O pano abre. Segundo ato. Um clarão ofusca a plateia.
Ouvem-se vozes horrorizadas. Em cima do palco, um barco oscila, as velas
abanam, a madeira range e a música soa ao ritmo da tragédia. Os tripulantes
correm, gritam. A porta do porão bate. O desespero
instala-se. A morte apresenta-se como uma certeza. Os coletes salva-vidas dão
a ilusão da salvação. Uma onda cobre-os, levando-os até ao
fundo do mar. Poucos submergem. Olham o público. O pano fecha.
Fátima Fradique, 44 anos, Fundão
Desafio nº 94 – com clarão, porta a bater e ilusão
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