O dia começou quando,
despedidos os últimos clientes, extintas as últimas luzes, o show acabou. As
fantasias que adornaram Ângela, dando-lhe forma, espraiavam-se pelo chão, pelas
cadeiras. Glamour, brilho, ilusões diluíam-se na crueza da madrugada. O carro da
recolha do lixo fez vibrar as paredes do velho cabaret. A vozearia dos
carregadores, levando mercadorias para o mercado adjacente, arrancou Ângela à
modorra do momento. Dia afora, voltaria ao papel de Ti Constança, vendedora de
frangos do campo.
Helena Rosinha, 65 anos, Vila Franca de Xira.
Desafio nº
145 ― o dia/noite começou
quando…
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