O coração balançava, saltava dentre o
cavado sulco dos seios. O próprio andar fazia-o oscilar para
cá, para lá, para cá… Ondulando no seu irresistível jeito de
diva, saiu do aeroporto. No fluxo de turistas, no
trânsito intenso, sentia-se o pulsar da
cidade. O taxista, sem senão, levou-a à morada em
Gondomar. Aí, enquanto ouvia explicações não solicitadas, ela, que
não falava português, mas sabia o que queria, pegou no coração
e, encostando-o à orelha, disse: Arrrrecadas!
Helena Rosinha, 65 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 36 – uma frase de um conto de autor, usando as palavras
por ordem inversa
Mas ela não ouvia senão o pulsar intenso do seu
próprio coração.
Ernest Hemingway, As Neves de Kilimanjaro
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