12/09/18

Elsa Alves ― desafio 16

Confesso que não tenho qualquer pretensão a ilusões ― nem mundanas, nem oníricas. Nasci cética e sóbria demais para crer ou esperar iludir-me. As ilusões e os sonhos são demasiado fluídos e eu saí da fábrica com arestas de sobra. Que querem? Sou incómoda, áspera, afiada, um peso duro, colada ao chão, com os dois pés bem enraizados.Não vejo estrelas, nem voo com balões de hélio. Sonhar não sonho. Recuso sonhar. Brindo à realidade nua e crua.
Elsa Alves, 70 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 16 – uma palavra que define todo o texto

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