Confesso que não tenho
qualquer pretensão a ilusões ― nem mundanas, nem oníricas. Nasci cética e
sóbria demais para crer ou esperar iludir-me. As ilusões e os sonhos são
demasiado fluídos e eu saí da fábrica com arestas de sobra. Que querem? Sou
incómoda, áspera, afiada, um peso duro, colada ao chão, com os dois pés bem
enraizados.Não vejo estrelas, nem voo com balões de hélio. Sonhar não sonho.
Recuso sonhar. Brindo à realidade nua e crua.
Elsa Alves, 70 anos,
Vila Franca de Xira
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