As lágrimas, cada vez
mais grossas, aumentam o caudal e o leito, sem margens nítidas, revelam portas
fechadas. Comportas férreas suportam toda esta força e nivelam a corrente de
palavras por abrir. Contudo, a barragem cede aos sentimentos que, até hoje, mantinha
guardados e, em cascata, eles soltam-se, ao ritmo da queda de água. O líquido
transparente pretende que me seja permitida forma de flutuar. Impulsão não
tenho mas, mesmo assim, a algum lado hei-de ir desaguar...
Elsa Alves, 70 anos,
Vila Franca de Xira
Desafio nº 91 – cena metafórica
de gota de chuva que acaba numa poça
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