30/10/18

Laura Mota ― desafio 152


Dormia de cabeça reclinada para baixo, triste pelo buraco que nele havia. Teve medo que assim para sempre fosse ficar, vazio, e começou a chorar. Da sua face lágrimas escorriam. Salgadas elas eram, e o fundo que há pouco o fogo cavara ia enchendo. É o que o fogo faz às vezes, cava, leva, mas não por mal. Durante muito tempo o sal arde, incha a ferida, mas, no entanto, foi assim que se fez o mar.
Laura Mota, 18 anos, Amadora
Desafio nº 152 – frase de Lídia Jorge

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