Disfarçava a sua total falta de
competências sociais, usando calças largas e ténis de sola grossa. Parecia
alta, ostentava sempre um ar sério, não gélido, talvez distante.
Não era bonita, nem sequer gira. É
provável que desejasse marcar presença pela pose; conseguia apenas
mimetizar-se, fundir-se na atmosfera, ser apenas a moça das calças largas, dos
ténis gigantescos.
Uma só vez: a vi agradecer, a vi seguir
alguém com os olhos, a senti morrer de amor.
Jaime
A., 54 anos, Lisboa
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