22/11/18

Rosário P. Ribeiro ― desafio 152

Ardia-lhe o sol na boca, trazido pelas lágrimas já secas. Mal se mexia. A brisa, apesar de leve, aguçava ainda mais aquela dor viscosa e negra das feridas abertas no seu corpo  . 
Encontraram-me finalmente, pensou, ouvindo ao longe sirenes e vozes.
Chegou já inconsciente ao hospital.  Mas, soube depois, todos torceram por si.
Demorou a identificação do assaltante pois nenhuma mulher queria apresentar queixa. Mas foi apanhado. 
E as suas vítimas puderam, por fim, dormir descansadas.
Rosário P. Ribeiro, 60 anos, Lisboa
Desafio nº 152 – frase de Lídia Jorge

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