Meu querido pai
― Conheço-te?
Perante aquelas palavras, Otília perdeu o sorriso e beijou o rosto que tanto amava.
Durante os últimos anos, o pai confundira-a imensas vezes.
Inicialmente com membros de família, depois com colegas de trabalho e de escola, ouvira confidências, desabafos... Ouvira de tudo, mas não contava ouvir aquilo.
O pai não tinha culpa, era aquela doença, que parecia mofar deles, ora permitindo-lhes conversar como sempre fizeram, ora arrebatando-lhes as recordações vividas como se nunca tivessem sucedido.
― Conheço-te?
Perante aquelas palavras, Otília perdeu o sorriso e beijou o rosto que tanto amava.
Durante os últimos anos, o pai confundira-a imensas vezes.
Inicialmente com membros de família, depois com colegas de trabalho e de escola, ouvira confidências, desabafos... Ouvira de tudo, mas não contava ouvir aquilo.
O pai não tinha culpa, era aquela doença, que parecia mofar deles, ora permitindo-lhes conversar como sempre fizeram, ora arrebatando-lhes as recordações vividas como se nunca tivessem sucedido.
Carla Silva, 45 anos, Barbacena,
Elvas
Desafio nº 152 – frase de Lídia Jorge
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