Era uma figura.
Cada vez que passava naquela rua ouvia-os. O rosto em fogo, estugava o passo e, quase em fuga, lançava-lhes um olhar fugaz.
Rapazolas. Pendurados na figueira, esticavam
o pescoço, uniam os lábios e o assobio afigurava-se uma
bela melodia. Afagava-lhe o
ego, tinha que concordar.Com a fogosidade
própria da idade, o mais jovem, fagueiro,
atrevia-se, por vezes, a chamá-la. Tranfigurava-se
aprumado, a mão melada dos figos que
lhe oferecia. E ela, a fugitiva, sorria-lhe.
Zelinda Baião, 55 anos, Linda-a-Velha
Desafio nº 160 – plvrs com FAG, FIG, FOG, FUG
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