O hospital dos malucos era a minha casa havia três semanas.
A pouco e pouco ficara sozinha. Tinham sido todos afastados de mim, um a
um, por um par de comprimidos impiedosos.
Hoje consegui escapar-me aos medicamentos e pude conversar com a Mónica.
Estava receosa; se me ouvissem era o fim.
Contei-lhe o meu plano: fugir. Ela riu, riu com maldade e inclinou-se para
mim sussurrando:
"Antes que a neve derreta, será impossível."
E, dito isto, desvaneceu...
Francisca Reis, 18 anos, Cantanhede
Desafio nº 171
― antes que a neve derreta
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