Não havia fuga possível. Nem o leque que
furiosamente manuseava aplacava a febre que nunca a
abandonava. O rato que figurava na pintura a óleo à
sua frente, presente de um hóspede há muito desaparecido,
dava-lhe uma sensação de luxo e lixo simultaneamente. Seria
do quadro, da recordação, ou da solidão que à força se
habituara, fazia sentir na sua cabeça qual medusa às portas da
morte, milhentas cobras prontas a devorá-la. A ela e ao rato.
Manuela Branco, 62 anos, Alverca
Desafio nº 172 ―
10 palavras incluindo Medusa
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