Hoje de manhã saí muito cedo alterando a
rotina diária, numa necessidade de romper com os gestos repetidos dia após dia.
Sigo sem destino, e sem razão, pelas ruas e vielas. Ando apenas pelo prazer de
o poder fazer, liberto de qualquer obrigação nessa divagação. Ao caminhar
apercebo‑me de pormenores escondidos que antes me escapavam. Repentinamente um
alarme estridente toca no meu bolso. A labuta quotidiana emerge neste sonho
acordado. Mas que há para lá do sonhar?
António
Azevedo, 54 anos, Lisboa
Desafio nº 35 – partindo de dois versos de autor
Fernando
Pessoa, Alberto Caeiro in “Poemas Inconjuntos” (1930) – Hoje de manhã saí
muito cedo
+
Vergílio
Ferreira in “Conta-Corrente 1” (1969-1981) – Mas que há para lá do sonhar?
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