17/12/19

Isabel Sousa ― sem desafio

Da dor, lágrimas ininterruptas se soltaram.
De tão densas, não formaram um pequeno riacho ― edificaram fios luzentes. Macios como algodão, porque eram de puro amor. 
Por serem tão leves,  José, em noturna vigilância, levou-as para o seu leito, abençoando-as.
De manhã, as lágrimas eram pura graça.
De pensamento, em questão, surgiu a lembrança ― José fizera-lhe companhia, enquanto chorava.
Uma bênção acontecera, o medo fora embora ― a tranquilidade ocupou a tristeza.
Agora, pede continuamente ― José não me abandones!
Isabel Sousa, 39 anos, Lisboa 

Sem comentários:

Enviar um comentário