“Só se
fosse louca”, explicou à plateia. A memória impedia-a de esquecer as palavras
cruas que insistiam em ecoar no silêncio da sala, perturbando-lhe a quietude de
ser.
Sim, só
se fosse louca é que permitiria continuar a ser tratada como nada.
Demasiado
tempo subjugada à fraqueza de quem apenas buscava força na destruição e
anulação do outro. Era imperativo reabrir-se à vida.
Entre
um ponto final no passado e as reticências do futuro, ganhou coragem. Partiu.
Luz
Câmara, 58 anos, Coimbra
Desafio nº 196 ― só se fosse louco
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