Risco é ferida no papel. Ínfimas fibras rasgam-se com
o passar do lápis, como o bisturi, que ao deslizar sobre a superfície da pele,
abre expondo o que dentro do corpo palpita. O papel expõe entranhas distintas:
íntimas, impalpáveis, implacáveis, pulsam conforme o ritmo de disposições até
então desconhecidas. As palavras buscam vertiginosamente abarcar, conter,
ordenar o que jorra do interior profundo, sem limite, matéria, contornos, ainda
fora do tempo, puro magma, a emergir sobre o papel.
Alex Santi, 28 anos, Ericeira, Mafra
Desafio nº 203 – risco + 6 palavras
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