Um só
Eram dois mas só tinham uma sombra. No banco do jardim, mão na mão, apreciando cada movimento causado pela brisa. Passeando sem destino, sob o azul do céu, de sorriso nos lábios. À janela, esperando mais um final de dia, reconhecendo-se na azáfama de quem passa, no olhar de quem sonha.
Mais tranquilos que melancólicos, não dão conselhos, embora sábios. Companheiros há mais de 70 anos, agora mais que nunca, partilham a sombra, numa vida que desacelerou.
Ana, 41 anos, Mealhada
Desafio nº 207 ― frase de Afonso Cruz
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