Memórias
Evitava pensar no passado. Quando o atrás a chamava, era certo e sabido, que ficava por lá e, depois, era um castigo para voltar ao agora. Coisas que tinham acontecido que, na altura, não pareciam ter importância, quando hoje as recordava, eram tão grandes como o infinito. Não gostava de falar dos tempos da memória. Via-se a olhá-lo, a boca murcha a tremer, o negro do rimmel abrindo sulcos na pele flácida, o gemido pregado na garganta...
Elsa Alves, 72 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 91 – cena metafórica de gota de chuva que acaba numa poça
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